Macaquinhos no sótão, quem os não tem?
...magnífica frase baseada na célebre linha de "Cartas de Amor", esse celestial fruto do incontornável vulto poético do nosso panorama musical: o inimitável e inspirador Tony de Matos.
Há vários tipos de cartas. A saber:
- As cartas dos restaurantes (das minhas favoritas);
- As cartas de condução;
- As dos casinos;
- Ah, e também aquelas hediondas - as das contas;
- Há estas que partilhamos pela Internet
- Mas há ainda, heureusement, as nobres, delicadas e belas...
cartas de amor!
Todos as recebemos ou queríamos receber. E quantos de nós não passámos tempos a escrever e reescrevê-las o mais elegantemente possível. Cheias de sentimento, por forma a que chegassem ao destino com um toque do nosso perfume e a carga emocional desvairada de como sentíamos as coisas amorosas.
Mas agora, o que está mais na moda é o descarte!
Menos romântico e, com certeza, muito menos honesto.
"E o que significa descarte?" Perguntarão alguns!
Eu respondo: Descarte é o acto ou efeito de descartar que, neste contexto, consiste em fazer com que o destinatário não perceba muito bem a intenção ao lhe dirigirmos uma certa mensagem.
Recurso que se aplica com uma certa dose de ambiguidade e desamor em relação a um terceiro, ao "bote respiratório".
Vejamos:
Do ponto de vista político:
- O engenheiro Sócrates (que até nem é engenheiro. Ou seja: é, mas não exerce), namora o actor Diogo Infante. E anda enrolado com John Smith (quer dizer anda, mas não anda. Que isto do andar é muito subjectivo). Bom, mas se não anda já andou - diz-se - na altura em que era Ministro do Ambiente. E até aprovou o projecto do Outlet de Alcochete (não podemos dizer que é o Freeport, por uma questão de isenção).
Ou seja, a licenciatura passou a ser o novo índice de quociente de inteligência e teste vocacional tudo ao mesmo tempo. Em nada têm que ver com a genialidade ou o brilhantismo do indivíduo em causa, e respectiva assessoria mas sim com caracteres num papel caro.
De qualquer forma, o monster shopping lá está. E ao que parece até criou umas dezenas de empregos para as gentes lá da terra. Cá para mim, que até aqui desconhecia tão sinistra trama, mais não era que uma mecca de roupita em condições, a preços porreiros.
Cambalache à parte, o palrar que se vai ouvindo ecoa mais para tapar a óbvia inépcia dos restantes concorrentes do que para nos apontar a saída. É a falta de alternativas viáveis que nos faz enlodar cada vez mais neste marasmo e não este ou aquele individuo per si.
Do ponto de vista desportivo:
- O Futebol Clube do Porto só ganha os campeonatos à conta do Pinto da Costa, que até anda nos tribunais por causa de um livro Salgado (pobre Guttenberg, se ele adivinhasse). O FCP corrompe os árbitros com enchidos, fruta e penduricalhos kitsch
Constata-se que só existe corrupção a Norte do Douro e a Sul do Lima. Pelo que se verifica que nem o Benfica, nem o Sporting, nem nenhum outro clube para além do Porto e do Boavista combina resultados, nem encomenda um penalty, ou um livre a seu favor.
Mostra-se irrelevante o facto do Porto ter conquistado desde logo, em 1934, e até hoje: 23 títulos de campeão, 24 segundos lugar e 21 melhores goleadores. Para além de 34 participações consecutivas nas competições europeias (sagrados por duas vezes - em 1987 e 2004 - campeões europeus) e, a "par do Manchester United, a equipa com mais presenças na Liga dos Campeões" (curiosamente 21 dos 31 títulos ganhos pelo Benfica foram conseguidos durante o regime Salazarista).
Parece-me demais. Qual é a dificuldade em aceitar que o FC Porto tem mérito? Que é um clube que se esforça por construir equipas fortes, com visão? Não aceitar que o Porto tenha vindo a impor-se às custas do seu trabalho é tacanho, é burrice! E só vem demonstrar que a incapacidade na obtenção de vitórias nos relvados leva, desesperadamente, à procura de um qualquer prémiozito de consolação no bafio gasto das secretarias.
Que belíssimo post!!!
ResponderEliminarEu não diria - porque nem conseguiria - melhor.
:)