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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Metallica no Optimus Alive! '09

XXXIII
É verdade, meus amigos. Nós aqui no Macaquinhos no Sótão não podíamos deixar passar esta oportunidade de ver Metallica ao vivo!
Quero aproveitar a oportunidade para agradecer ao senhor Pedro Machado, a gentileza de nos possibilitar assistir a este grande espetáculo ao vivo, de bandas tão sonantes como são Mastodon, Lamb of God, Machine Head, Slipknot e os incomparáveis Metallica!
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O festival tem lugar no passeio marítimo de Algés, num recinto amplo com uma vista soberba, dividida entre a foz do Tejo e a bela Lisboa. A gestão muito organizada, garantiu que tudo funcionasse bem: desde as entradas bastante desimpedidas, apesar dos vários pontos de controlo das hordas, até às casas de banho bem atípicas de festival, poder-se-á dizer numa versão quase de luxo!
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As bandas, essas, não podiam ter estado melhor: Mastodon, desta feita, menos alcoolizados e mais afinados do que no seu último concerto a dar um tremendo espetáculo. A parede imensa de som que Machine Head criou, e a energia explosiva e o efeito cénico tão particular de Slipknot, culminou na sublimação de Metallica, que misturou muito do seu novo álbum "Death Magnetic" com outros temas de "Master of Puppets" e "Black". Complementados com uma pirotecnia ousada e sensacional, que se mostrou extraordinária quando chegou a vez de "Enter Sandman" e "Unforgiven". A fechar, quase em jeito de hino, foi "Seek and Destroy" que fez o recinto estremecer devastadoramente com o som das 40.000 pessoas presentes, a cantar em uníssono, silenciando magnanimanente e por completo o emocionado vocalista, James Hetfield.
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Mas o enviado especial do Macaquinhos ao Oeiras Alive! '09 não se ficou por aqui. E foi à procura, no festival profundo, das idiossincrasias que compõem este dia, consagrado ao Metal.
O resultado foi, no mínimo, surpreendente - e sugere uma reflexão cuidada e profunda sobre estes sinais do tempo:
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À chegada ao recinto, pelas 18 horas, a primeira impressão foi a de que - finalmente - se organizam festivais a sério. Um funcionamento excepcional: desde os socorristas a circularem de bicicleta, até aos aguadeiros versão cerveja, os passatempos radicais, impecável... Até nos depararmos com uma cena verdadeiramente bizarra:
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- Bem ao lado da típica venda de merchandising das bandas, a célebre t-shirt negra com caveiras, e meia dúzia de cd's, reparamos na quantidade exorbitante de vendedores de - pasme-se - artesanato, roupa colorida de algodão e... candeeiros!
Ora, para que raio quero eu, no meio de um dia dedicado ao Metal, de um candeeiro? E mais do que isso: onde é que vou guardar o dito candeeiro, no meio de 40.000 pessoas com trombas de urinol, aos pontapés, saltos e encontrões?
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- Outra coisa que nos perturbou foi o facto de termos gasto uma média de 40 minutos na fila para a cerveja. Isto, não só é imoral, como é uma técnica de venda escandalosa. Sabendo que a dita cerveja levaria (com aquelas condições atmosféricas) uns 20 minutos a beber, sabemos que temos de pedir imediatamente duas e ir logo para o início da fila. O que inibe grande parte da assistência de observar as performances para as quais pagaram.
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- E ainda outra imagem que nos vai ficar para o resto da vida: Depois de uma segunda incursão na maldita fila, temos à nossa frente um calmeirão, de corrente metálica e roupa de cabedal, cabelo comprido e braços tatuados - que vai vociferando uns palavrões ininteligíveis, até que chega à sua vez. Ele esboça felicidade no êxito. E, ao virar-se, reparamos que, o que ele esperou durante 40 minutos, era afinal: uma garrafinha de ÁGUA.
O HORROR, O DRAMA, A TRAGÉDIA - serão estes os fãs de Metal do amanhã? Bandos de cabeludos bebedores de água? Será que depois de fazerem xixi também vão lavar as mãos?
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- Mais à frente, outra bizarria - um stand da Volkswagen plantado bem lá no meio, com carros e tudo e tudo.
Será que estes senhores estão à espera, que no meio do concerto, eu de repente me lembre "Olha, vou ali num instante comprar uma Passat e volto já"? E se eu quiser um test-drive será que é realizado no próprio recinto? E se eu quiser, efectivamente, comprar o carro - será que têm um stock escondido, com extras e cores sortidas?
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Foram revelações verdadeiramente dramáticas. E pode imaginar-se que, no futuro, num qualquer festival Metal, alguém pode comprar um carro, colocar um candeeiro no capot, e atropelar uns aguadeiros enquanto bebe uma garrafinha de água, trauteando "Whiplash".
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1 comentário:

  1. Em época de concertos e festivais disto e daquilo, é com grande pesar que vejo cancelarem(-me) o concerto de Depeche...
    Metallica não me seduz, de todo, apesar de lhes reconhecer o talento, que arrasta multidões. Mas amanhã, o sr. optimus alive (and kicking, I hope!) terá a minha imperceptível visitinha, para Dave Mathews. Ena, ena, que aqui a 'je' já arranjou uma consolação :)

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