XX
Ele está sentado nu, em silêncio, na cama, de olhos semi-cerrados. Os seus delicados dedos de pianista desenham melodias, nos cabelos selvagens da sua amante. São como pincéis etéreos, espalhando cor na tela imperfeita, diluídos nas sombras cúmplices. Tem nos lábios o travo agridoce do amor, que lhe bate no peito, como uma balada salgada escrita na espuma da rebentação, no fim do Verão.
Ela está imóvel, por sobre a cama. Dorme doce e serena, quieta, felina. A sua pele, rosada, macia, impera sobre os engelhados lençóis de luz que a acariciam. Move-se como uma serpente encantada, vagarosamente sedutora, lúbrica. Um suspiro grave solta-se dos seus lábios despreocupados e esvanece-se no ar, entre paredes cerise e ocre, do quarto com odor a sexo.
A brisa húmida e quente da tarde invade-lhes o covil secreto, desliza pelas frestas da grande janela de madeira, sobre um oceano de um azul muito vivo. Ouve-se baixinho, ao longe, o embalar ondulado dos barquinhos brancos, distinguindo-se na distância. As flores que nascem junto ao mar impregnam o suor mudo dos seus corpos.
Ele toca-lhe, breve. Percorre, com as pontas dos dedos, os tornozelos finos onde cintila uma pequena pulseira árabe. Sobe, lentamente, por dentro das pernas, até às coxas despidas e bebe o seu curso, demoradamente. Repousa nas nádegas firmes daquele corpo despertado em arrepio bom que lhe sorri e o recebe.
Ela olha-o com um desejo animal, libidinosa e lânguida, sem uma única palavra. Segura-lhe a mão e leva-o, voluptuosamente, a sentir os seus deliciosos seios. Puxa-o para si, para junto do seu corpo, e beija-o sofregamente. As bocas selam, em gestos liquidos das línguas impúdicas, o que as palavras calaram. E, avidamente, encaixa toda a sua sensualidade no vigor da nudez do seu amante.
A serra densa por detrás da casa, pontilhada de acácias venusianas, vigiam-na. Ergue-se sobranceira ao manto extenso de areia branca que cobre a praia, e testemunha o vago passar das horas. O rumorejar das folhas matizadas silencia os gemidos íntimos, que se soltam, ofegantes, daquele prazer absorto que os devora.
O dia, tosco, sume-se na cinza das horas. Tarda sossegadamente. O mar embala, um gato ronrona, o cigarro arde... a noite cai!
Ele está sentado nu, em silêncio, na cama, de olhos semi-cerrados. Os seus delicados dedos de pianista desenham melodias, nos cabelos selvagens da sua amante. São como pincéis etéreos, espalhando cor na tela imperfeita, diluídos nas sombras cúmplices. Tem nos lábios o travo agridoce do amor, que lhe bate no peito, como uma balada salgada escrita na espuma da rebentação, no fim do Verão.
Ela está imóvel, por sobre a cama. Dorme doce e serena, quieta, felina. A sua pele, rosada, macia, impera sobre os engelhados lençóis de luz que a acariciam. Move-se como uma serpente encantada, vagarosamente sedutora, lúbrica. Um suspiro grave solta-se dos seus lábios despreocupados e esvanece-se no ar, entre paredes cerise e ocre, do quarto com odor a sexo.
A brisa húmida e quente da tarde invade-lhes o covil secreto, desliza pelas frestas da grande janela de madeira, sobre um oceano de um azul muito vivo. Ouve-se baixinho, ao longe, o embalar ondulado dos barquinhos brancos, distinguindo-se na distância. As flores que nascem junto ao mar impregnam o suor mudo dos seus corpos.
Ele toca-lhe, breve. Percorre, com as pontas dos dedos, os tornozelos finos onde cintila uma pequena pulseira árabe. Sobe, lentamente, por dentro das pernas, até às coxas despidas e bebe o seu curso, demoradamente. Repousa nas nádegas firmes daquele corpo despertado em arrepio bom que lhe sorri e o recebe.
Ela olha-o com um desejo animal, libidinosa e lânguida, sem uma única palavra. Segura-lhe a mão e leva-o, voluptuosamente, a sentir os seus deliciosos seios. Puxa-o para si, para junto do seu corpo, e beija-o sofregamente. As bocas selam, em gestos liquidos das línguas impúdicas, o que as palavras calaram. E, avidamente, encaixa toda a sua sensualidade no vigor da nudez do seu amante.
A serra densa por detrás da casa, pontilhada de acácias venusianas, vigiam-na. Ergue-se sobranceira ao manto extenso de areia branca que cobre a praia, e testemunha o vago passar das horas. O rumorejar das folhas matizadas silencia os gemidos íntimos, que se soltam, ofegantes, daquele prazer absorto que os devora.
O dia, tosco, sume-se na cinza das horas. Tarda sossegadamente. O mar embala, um gato ronrona, o cigarro arde... a noite cai!
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