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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Ao meu filho, Gonçalo!

Há um ano que não escrevo neste blog...
Essencialmente porque os meus macaquinhos no sótão receberam ordem de soltura, e andam por aí a macaquear livremente!
Foi há um ano (exactamente 364 dias e umas horas) o momento dessa epifania em que aprendi a ser feliz, a ser genuinamente feliz! A ser completamente feliz! Só de te saber no mundo!


Obrigado Gonçalo, por me teres ensinado a encontrar a todo o momento a verdadeira beleza da vida!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Leão corajoso!

XXXXIV
"Ah, Leão!" dirão alguns em altos brados...
e com toda a razão o podem fazer!
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Um feriado a uma Terça-feira é sempre uma coisa agradável - quanto mais não seja porque nos proporciona um inusitado tempo livre para extravasar excentricidades (dado que estamos no Carnaval) - e portanto, nada melhor que acordar cedo, tomar um bom pequeno almoço a roçar o brunch e "meter pés ao caminho", que é como quem diz sentar o rabo na baquet da novíssima Peugeot 207 Sw, ainda com cheirinho a carro novo, do líder desta macacada!
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Destino: Tróia
(não a do mítico cavalo, mas a da Península de Setúbal)
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Atravessar a ponte Salazar/25 de Abril com total tranquilidade, faz-nos pensar que os modestos 80 Km/h a que circulamos é uma velocidade quase ultrasónica - por ser impensável praticá-la - em qualquer outro dia da semana, neste local. A estrada é boa, chuvisca porém - mas o trânsito flui como um bailado magnânime. Tudo parece bonito - mesmo o monstro de betão a que chamam Almada Fórum, que testemunha silenciosamente quem atravessa a ponte!
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Seguimos pela auto-estrada em direcção a Grândola, a vila morena que Zeca cantava! Premiados com clima instável que ia rodopiando pelas quatro estações, até esse paraíso terreno da Costa Azul! Estacionou-se num lugar para deficientes - só para chatear - uma vez que não havia um único carro num raio de (seguramente) 800 metros. A marina chocalhava os barquitos irregularmente. A chuva miúda acinzentava a luz que, em qualquer outro dia, espelharia a quantidade exorbitante de vidro daquele resort muito in. Pouco mais nos restou que tirar quatro ou cinco fotos a um gato malhado muito dócil, que ia dando turras na paliçada e uma gaivota resignada na areia, olhando um pescador no mar azul profundo, à distância.
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À vinda decidimos almoçar (às 15h30) num restaurante rústico, com madeiras curtidas pelo tempo e vista para a água. Viam-se, pelas grandes janelas, duas cegonhas que insistiram em fazer o seu ninho em cima de um semáforo apagado pelo tempo e o vagaroso desuso!
D. Bia serve de panela na mesa, e em farta medida, umas massinhas de garoupa, arroz de lingueirão e mais umas quantas iguarias piscicolas que, para os apreciadores, se revelam experiências quase orgásmicas, tal é a frescura dos alimentos!
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Abasteceu-se convenientemente a carrinha e fizemo-nos à estrada. Passando pelas mais díspares e minúsculas localidades, numa paisagem sempre pontilhada de verde por entre a chuva, não se cruzava mais do que um carro a cada 10 km. Deslocando-nos pelo interior, em direcção à Lagoa de Sto. André, a certa altura deparamo-nos com uma pequena placa apontando à esquerda para um monumento da Idade do Bronze: "Cistas das Casas Velhas"!
Invadidos pela curiosidade antropológica decidimos ir investigar...
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Arremessamos destemidos, por entre os sulcos do caminho de terra batida acima, onde a certa altura já só o instinto nos guiava pela estrada (?) sinuosa e lamacenta sem uma casa à vista há já 3 km. Numa descida arriscada encontramos a estrada alagada pelo excesso de pluviosidade que fizera transbordar um tanque enorme de rãs saltitantes. Enchemo-nos de coragem e atravessamos a ribeira que se tinha formado! Seguimos em frente, e cada vez mais penetrando a mata que se erguia a toda a volta. Quando de repente, nos assalta uma vontade tremenda de... fazer xixi - pois é - acontece aos melhores, e os Macaquinhos não fogem à regra.
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Ora, pensando - desadequadamente - como citadinos, a ideia foi encostar o carro (como se fosse passar por ali mais alguém) para não "estorvar aquele caótico fluxo incessante de trânsito"... Mas, mal pomos uma das rodas fora do estreito caminho esburacado, sente-se uma suavidade anormal a sugar-nos... (onomatopaicamente seria um: "shlehc" (ou coisa do género); graficamente seria enterrar uma colher em chocolate derretido)!
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Enfim, até aqui já percebemos do que se trata, mas - pensamos nós - ainda temos mais três roditas - vai ser relativamente tranquilo - ora, mal se engata a marcha atrás e se dá um suavíssimo toque no pedal observa-se o que seria uma batedeira a distribuir pedaços esvoaçantes de lama por todo o lado - é oficial - os Macaquinhos estão atolado no meio do mato!
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Tentou-se de tudo: ele era ramos (todos lisos e encharcados pela chuva) para tentar calçar o leãozinho assustado, na expectativa de alguma aderência, o que quer que fosse. Ele era empurrões deste lado - agora do outro, lama até aos tornozelos, puxões - "acelera agora", orações, alavancas, blasfémias, providências divinas expresso - o diabo a quatro feito num oito. - Nada funcionava!
- "Não há mais nada a fazer. Está a anoitecer. Estamos atolados no meio do mato. E sozinhos não somos capazes."
De orgulho ferido, o macaco das barbas decide ligar para a assistência em viagem:
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"Se já é nosso cliente: marque 1.
Se não é, mas quer ser: marque 2.
Se é, mas não quer ser mais: marque 3.
Para todos os outros assuntos: marque 9"
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- E, finalmente: depois de dizer a marca, o modelo, a série, a matricula, o combustível, a cor dos estofos, os componentes por ordem alfabética da liga do chassis e a raíz quadrada de 923, disse que nos punha em contacto com o reboque, e respiramos de alívio.
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E só ao segundo telefonema é que nos ocorreu, quando nos perguntaram... a nossa localização!
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Esta é boa: a localização! - algo que seria tão simples como olhar para a placa da rua onde estamos, ou dizer que é perto do Minipreço, ou da marisqueira Freitas... ali de nada serve dizer que estamos junto ao eucalipto tal, quem vem de frente para o sobreiro X. E não podiamos dizer simplesmente - vontade não faltou - que estavamos no meio do nada.
Então mentalmente tentou-se reconstruir os caminhos - mas quais caminhos? - é que às tantas já só se seguia por instinto: "vamos por esta? - não, não... por aquela"...
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O primeiro telefonema (18h10):
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- Tô... daqui é o rapaz do reboqui!
- Boa tarde, daqui é Macaco de Tal, estou aqui com o carro atolado (...)
- Atã vamos lá vere s'á gente s'entendi - adonde é que você tá?
- No meio do mato - a bem dizer - tá a ver as Cistas das Casas Velhas?
- Ai nã sê o que é isso! Mas isso é aqui em Sto. André?
- Eu não estou em Sto. André - estou nas Cistas - ou perto delas!
- Atão mas na há nada aí para me orientari?
- Há! Chamam-se CISTAS! DAS CASAS VELHAS! - uma estrada ao lado d'Os Chapinhas (...)
- Isso assim nã conheço. Mas olhe, o senhor passô pelo restaurante Coiso?
- Não! O único restaurante que passei antes deste era o Caverna do Tigre (...), conhece?
- Ai, atão nã havera de conheceri.. ê já tênho uma idéa mais é looonge daqui... ê já lhe ligo.
- Olhe ligue para o outro telemóvel que este está a ficar sem bateria...
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O segundo telefonema (18h35):
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- Tô? Sou ê outrá vez!
- Oh... a sério?
- O quêiii?
- Nada, nada... e então?
- Atãm onde é que o senhor táii?
- No mesmo sítio de há bocado - ainda não me fui embora!
- Pois, tem razão. Mais olhe - eu já aqui tô! Como é que ê vô pra aí?
- Olhe vá pela estrada (...) e depois no tanque que alagou a estrada há uma curva apertada à direita, que sobe muito... nós estamos mesmo aí à frente uns 700 m!
- Pois, atão ê já tô a ir praí, tá bem? Nã saia daí!
- Então agora vou ter de esperar aqui por si? Chove que se farta...
- Nã tô percebendo!
- Ó homem, eu tou atolado com o carro - não posso ir a lado nenhum, pois não?
- Pois não - ê já vô praí! já já!
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O terceiro telefonema (18h53):
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- Tá lá? É o rapaz do reboqui ôutra vez! Tá tudo beiim?
- Estava bem melhor se estivesse seco, em Lisboa, sentado no sofá a ver o "Sozinho em Casa" pela trigésima segunda vez... mas bom! E então como é que é?
- Pois... atã ê já tô mêmo mêmo aqui... e já falei com os seus colegas!
- Ah que maravilha! ...espera aí? falou com os meus colegas? ...mas quais colegas?
- Aqueles além, os dos jipis... já me disserem aondi é que vocês estãm!
- Pois... isso é muito bom mas, esses senhores não são meus colegas, e nós não vimos jipes nenhuns a passar por nós! Tem a certeza que está no sítio certo?
- Pois, atã, ê acho que sim. Ê até pareci que já vos tou a veri!... nã vê as minhas luzes?- Eh pá, eu não vejo nada... tem a certeza que está no caminho certo?
- Siiim, pois! Veja lá que ê vô ligar os máximos... já me viu?- Nada... não vejo nada... só chuva, lama, árvores por todo o lado e o tempo a passar!
- Atã, mas tem de sair do carro, senão nã vê nada, homém... veja agora, que agora já tô mais perto!- Ó homem, não vejo luzes nenhumas. Além disso o carro é dos novos, já vem com vidros transparentes que servem precisamente para ver para fora sem ter de me molhar.
- Atâ mas nã tem luzis, o carro, é?- Não, este não traz luzes nenhumas, que isso era mais caro!... CLARO QUE TEM!, e estão ligadas desde o primeiro telefonema... máximos, piscas, luzes interiores... até a do porta-luvas, caramba!
- He he he... tá bêim... mas ê nâ consigo ver a do porta-luvas... nâ é preciso! Então nã fique nervoso, hómem, que já se resolve... ê vô ver se o oiço - ora buzine lá para eu ir atrás do som...!
- O senhor devia dedicar-se à poesia, "vai ver se me ouve", f#$%-se.. (buzinando) consegue ouvir-me?
- Nâ oiço nada... já tá buzinando? Nada!... deixe-me só baixar a música aqui, um bocado! Buzini...
- Como é que me quer ouvir se está dentro do reboque com a música ligada, homem, caramba?
- Nâ, ê já desliguê a música... ALTO, parece que o tô ouvindo.... ahhh era do telefoni, he he he!
- F#$%-se.. não é possível... isto deve ser para os Apanhados! Oiça, buzine o senhor também, "a ver"!
Olhe, parece que sim, estou a ouvi-lo... e parece que está muito perto. Descreva-me onde está...

- Pois, ê tô aqui num tanque, antes duma curva grande...

EM CONSTRUÇÃO

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Prodigy

XXXXIII
- Sôfrego, intenso, electrizante, arrebatador... INCENDIÁRIO!

Era este - no mínimo - o ambiente criado pela massa compacta de fans que acorreram, no passado dia 7, ao Pavilhão Atlântico, para assistir à explosão massiva dessa parede de som que Prodigy protagonizou com a sua habitual e inesgotável energia contagiante.

O espetáculo teve início às 20h30 mas começaria ainda à porta, com o desfile processional das volumosas filas de pessoas (maioritariamente na casa dos 20), num lote dotado de uma grande heterogeneidade verdadeiramente simpática - e que, à sua passagem, iam deixando vazias garrafas de vodka de supermercado, vinhos generosos (e outros de pacote), sangrias envasadas artesanalmente, e cocktails cujos ingredientes nós aqui no Macaquinhos no Sotão - e apesar da vasta experiência na matéria - não conseguimos apurar a olho nu). Enfim, valeu todo o género alimentício com propriedades alcoólicas que servisse de combustível para o incêndio intrépido que viria a deflagrar, dali a instantes.

A abrir o concerto dessa noite tivemos o prazer de conhecer os ENTER SHIKARI, banda que nos pareceu sinceramente promissora, com um trabalho muito dinâmico e aguerrido e que souberam dar - convenientemente - o lamiré para o que viria mais tarde. Somos, porém, da opinião que, os portugueses BLASTED MECHANISM teriam sido uma escolha perfeita para a ignição dessa noite.
A verdade é que a primeira banda convenceu, tiveram argumentos muito muito interessantes, e foram sólidos o suficiente para soprarem nas faúlhas que iam despontando aqui e ali, no que já era - à primeira hora - um imenso mar de gente, revolto, a espernear.

Depois da actuação de Enter Shikari, com um feedback muito positivo por parte do público, ataviou-se o palco, ligaram-se as máquinas, pôs-se samples a tocar, a tocar, a tocar... mas Prodigy que era bom, e a gente gosta - nada! E não apareceram no plateau, o que nos pareceu ser, seguramente mais de 45 minutos...
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Não obstante, as massas deliravam, assobiavam, gritavam. Agitavam punhos no ar e, como uma rebentação desenfreada, amalgamavam-se incessantemente, compactando o já tão apertado espaço daquele incandescente Pavilhão Atlântico.
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UNDER CONSTRUCTION

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Rão Kyao

XXXXII
Foi ontem à noite, pelas 22 horas, ao vivo na Fnac do Vasco da Gama que "a sala se encheu de maviosidade" como ele próprio o disse.

O sopro rouco do bansuri sibilava no ar daquele ambiente intimista, impregnado de uma sensitividade tal que se sentia no corpo uma força - como uma atracção magnética - para a sua nascente.
Sentado, de túnica branca e lenço laranja ao pescoço, de semblante brando e luminoso estava o Rão. Ia serpenteando os seus dedos sábios pelos oríficios daquela cana mágica com dom de encantamento e enfeitiçando toda a trupe que ali se reuniu, com requintes de chamamento espiritual.

Soprou temas do seu novo álbum, que assim se chama: "Em'Cantado", nome que não podia ser mais adequado e perfeito para essa fusão natural entre o fado e a música indiana - ambas particularmente próximas pela tónica sempre profundamente emotiva com que se expressam - como tivemos oportunidade de debater, em conversa descontraída, no final da performance.

Ladeado por uma guitarra portuguesa bem executada por um cavalheiro de olhos pintados e ar de marialva cujo único nome de que dispomos é Paulo (dada a sua fuga repentina), e com direito até a alguns apontamentos em jeito de diálogo intrumental (a fazer desejar ali Júlio Pereira), e ao piano por Renato Runior, músico do álbum, com uma enternecida suavidade e leveza tocante.

Mas Rão Kyao vem de trás, de longe, é antigo como as flautas que toca, não em idade humana mas nesse fabuloso milagre que opera, essa transubstanciação da vivência para a música e da música para a vida, sendo ambas uma.
Pode parecer confuso, ou intrincada esta explicação, talvez até demasiado longinqua: serve só para que se entenda claramente que é impossível dissociar o Homem da Arte e Arte no Homem.

O percurso do Rão começou no jazz, mais propriamente no saxofone tenor, e foi sofrendo evoluções - em última análise para uma mestria virtuosa do bansuri (instrumento que estudou na Índia, para onde viajou na década de 70) - fruto das suas experiências de vida e dessa procura etnográfica pelo elo de ligação entre a música a oriente (como é o caso da indiana, árabe e chinesa) e a música de raiz tradicional, na sua vertente mais pura do folk português.


sábado, 14 de novembro de 2009

Depeche Mode

XXXXI
Depois de um breve (ou não) forçoso interregno:
os Macaquinhos no Sotão estão de volta!
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- Alcançamos uma importante e esforçada vitória numa luta terrível contra as maléficas forças opressoras que ousaram tentar sufocar este paladino da Verdade e da Loucura (que tantas vezes caminham de mãos dadas)!
- Descansem porém amigos, as vossas inquietas mentes que, tal como os gatos, nós no Macaquinhos caímos de pé.
E à semelhança desses nobres felinos, temos 7 ou mais vidas para continuar a resistir!
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Para celebrar decidimos brindar-nos com algo há muito esperado.
Ditou a sina que fosse o concerto (malogrado no Porto, por ocasião do festival Super Bock Super Rock) dos irresistíveis Depeche Mode!
Fizemos questão de ir muitíssimo bem acompanhados (aproveito para agradecer a gentileza e simpatia do senhor Pedro Caetano), e de abrir as hostilidades no apinhado Vasco da Gama, com um panado e duas imperiais (dois finos - se o leitor for tripeiro)! (mais tarde - se me apetecer - incluiremos as fotos do buffet!)

Eram cerca das 20h30 GMT quando começamos a dirigir-nos para o local do evento, banhados por todos os lados por gente vestida de negro com pinta de góticos chic, numa versão muito DepecheModeana da coisa. Encaminhamo-nos falando de albuns antigos e outras experiências ao vivo da banda, em particular desse génio de composição e letrista que é Martin Gore e do carisma de Dave Gahan que dá vida e corpo e ainda mais substância às letras, tudo debaixo de uma chuva miudinha que não incomodava.

Chegados ao recinto, como por milagre, as cervejas tinham evaporado - perante o dramatismo da circunstância vimo-nos obrigados a negociar mais umas, bem fresquinhas com um tal de "Super Man", passeando-se bem na nossa frente - que era na verdade o aguadeiro da Super Bock - essa nobre profissão. Ele insistia roboticamente em servir-nos naqueles copinhos de plástico anoréticos (vulgo 20 cl) mas lá conseguimos trazê-lo à sua forma humana e convencê-lo de que os nossos (33 cl) eram prescritos pelo médico por causa das desidratações muito comuns neste tipo de eventos - isso e o olhar tresloucadamente assustador do meu amigo Caetano convenceram eloquentemente a criatura que, sorrindo, lá assentiu na medicação (tão necessária) para assistir a Gomo - não desfazendo, coitadinho(s) - que até tocaram bem, e teria sido delicioso não fosse a ansiedade para assistir a DM.

Coube, precisamente ao(s) Gomo abrir o espetáculo - segundo se apurou - através de um concurso. E fizeram-no muito bem, para uma casa a meio gás onde o volume estridente criava uma atmosfera meio estranha, num Pavilhão Atlântico ainda muito modesto por volta das 21 horas - não obstante, o agradável som eclético, apelativo e abrangente ia mergulhando em temas cuja sonoridade bem podia ser confundida com Placebo, Beck, ou até mesmo James. Performance muito interessante e que nos deixou com uma melhor impressão da banda.

Mas se havia espetáculo nessa noite, daqueles memoráveis e que se inscrevem nas memórias pela excelência e intimista sensibilidade, esse desvelou-se na abertura ao som de In Chains... a partir desse momento o mundo exterior parou e embarcou-se numa viagem intensa e hipnotizante pelo universo sensual e glamouroso de Depeche Mode com a presença de muitos dos temas do novo album, mas muito muito do que Depeche nos deu nos últimos 30 anos. Peças de grande profundidade poética e beleza singular como é o caso de World in my Eyes, Behind the Wheel, Enjoy the Silence, A Question of Time, Walking in my Shoes, Personal Jesus, Never Let me Down, Policy of Truth, I Feel You, Precious, Wrong, Stripped...

Como não podia deixar de ser - e para regozijo e gáudio dos nossos ilustres leitores - aqui ficam algumas das pérolas musicais dessa noite, apenas possíveis graças às gravações clandestinas dos mafiosos a quem, desde já, tão graciosamente agradecemos humildemente!
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WORLD IN MY EYES


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ENJOY THE SILENCE


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POLICY OF TRUTH


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PERSONAL JESUS


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PRECIOUS

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Macaquinhos no Mundo: